terça-feira, 1 de novembro de 2011

Apenas sorria

Divido esse texto pois realmente:

"O riso é a menor distância entre duas pessoas.(Victor Borge)"

“É preciso viver como se pensa, do contrário se acabará por pensar como se tem vivido.”(Paul Bourget)


Antoine de Saint-Exupéry foi um piloto de guerra que lutou contra os nazistas e foi morto em combate. Antes da Segunda Guerra Mundial, lutou na guerra civil espanhola contra os fascistas. Escreveu uma história fascinante sobre sua experiência, intitulada “O sorriso”. Não está claro, apenas, se ele tencionava escrever uma história autobiográfica ou uma história de ficção.
 
Segundo sua história, ele foi capturado pelo inimigo e lançado numa cela de prisão. Estava certo de que, pelos olhares desdenhosos e pelo tratamento rude que recebeu de seus carcereiros, seria executado no dia seguinte.

Ele tinha certeza de que seria morto. Ficou terrivelmente nervoso e perturbado. Remexeu em meus bolsos para ver se havia algum cigarro que tivesse escapado à revista. Encontrou um e, por causa das mãos trêmulas, mal podia levá-lo aos lábios. Mas também não tinha fósforos; estes eles haviam levado.

Olhou através das grades para o carcereiro. Ele não respondeu ao olhar. Afinal, não se estabelece contato visual com uma coisa, um cadáver, que era como se sentia. Então ele gritou para o carcereiro: “Tem fogo, por favor?” Ele olhou, encolheu os ombros e foi até onde eu estava o prisioneiro para acender seu cigarro. Ao se aproximar e acender o fósforo, seus olhos inadvertidamente se cruzaram.

Naquele momento eu sorri, disse o prisioneiro. Não sei por que fiz isso. Talvez por nervosismo, talvez por que quando se está realmente perto de alguém, é muito difícil não sorrir. Em todo o caso, eu sorri. Naquele instante foi como se uma faísca saltasse no espaço entre nossos dois corações, nossas duas almas. Sei que ele não queria, mas meu sorriso saltou por entre as grades e gerou um sorriso em seus lábios também. Ele acendeu meu cigarro, mas permaneceu perto, olhando-me diretamente nos olhos e continuando a sorrir.

Continuei sorrindo para ele, agora consciente da pessoa e não apenas do carcereiro. E seu olhar para mim também parecia ter uma nova dimensão!

– Você tem filhos? Ele perguntou.

– Sim, aqui, aqui.

Tirou a carteira e procurou nervosamente as fotografias da família. Ele também puxou as fotos de seus “niños” e começou a falar sobre seus planos para eles.

(...) Chorei. Disse que temia nunca mais ver minha família novamente, que nunca ter a chance de vê-los crescer. (...)

De repente, sem qualquer outra palavra, ele destrancou a cela e silenciosamente o conduziu para fora. Uma vez fora da prisão, conduziu-o silenciosamente por estradas secundárias, para fora da cidade. Lá, nos limites da cidade, ele o libertou e, sem nenhuma outra palavra, voltou em direção à cidade.

“Minha vida foi salva por um sorriso”, diz Exupèry.

Sim, o sorriso - a conexão verdadeira, espontânea e natural entre as pessoas. A história de Saint-Exupéry fala daquele momento mágico em que duas almas se reconhecem.

Um sorriso genuíno dirigido à outra pessoa diz um bocado de coisas. Diz: “Eu o aceito como você é, de maneira incondicional”. Quando você sorri para uma outra pessoa, ela se sente valiosa, importante e digna. Sente-se melhor em relação a si mesma. E o que custa a você é um simples sorriso, uma expressão de autêntica cordialidade.

Vamos. Sorria!!!! Aproxime-se!!! 

Texto extraído do livro Insight II de Daniel Carvalho Luz

Ótimo dia a todos vcs!!!!