segunda-feira, 28 de abril de 2014

Tem rapariga aí? - Texto de Ariano Suassuna

Vale a pena ler...


Indescritível a percepção de como estamos perdendo valores a cada dia.......
‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão.

Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero).

As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam).

Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade. Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas.

Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:

Calcinha no chão (Caviar com Rapadura),
Zé Priquito (Duquinha),
Fiel à putaria (Felipão Forró Moral),
Chefe do puteiro (Aviões do forró),
Mulher roleira (Saia Rodada),
Mulher roleira a resposta (Forró Real),
Chico Rola (Bonde do Forró),
Banho de língua (Solteirões do Forró),
Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal),
Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada),
Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca),
Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró),
Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).

Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas. Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo.

O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental.

As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde.

Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem.

Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é: ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Um texto de Ariano Suassuna
Caricatura: Baptistão

Fonte: http://culturanordestina.blogspot.com.br/2010/01/tem-rapariga-ai-texto-de-ariano.html

quinta-feira, 24 de abril de 2014

E a tal felicidade no trabalho?

O que tenho percebido é que, muitas vezes, este assunto gera certa angústia nas pessoas. Fomos educados a nos dedicar ao trabalho, buscar sucesso profissional e ganhar dinheiro. Mas seria possível conciliar trabalho, remuneração e felicidade? Sim, mas não é tão simples assim. Afinal, muitos profissionais têm expectativas irreais sobre a tão sonhada felicidade no trabalho.
“Só serei feliz se fizer o que eu gosto!”. Ouço essa frase com frequência e discordo dela. Você conseguirá alcançar momentos de felicidade se fizer atividades que tem talento para fazer. A diferença é bem simples: você nem sempre tem talento para tudo o que gosta de fazer! Muitos gostam de cantar, mas nem todos têm o talento de grandes cantores, como Celine Dion, Whitney Houston ou Pavarotti. Jogar bola, então, nem se fala! Mas quem joga tão bem quanto Neymar, Messi ou Cristiano Ronaldo?
Uma dica para descobrir o seu talento é identificar a atividade que você faz com facilidade, maestria e excelência, mas sem grandes esforços. Isso não significa que não tenha que aprimorar tal habilidade ou se dedicar a ela, mas que é algo que acontece naturalmente. Quando você descobre o seu real talento, passa a gostar do que faz! Esse é o caminho.
E voltando a falar de felicidade no trabalho, muitos têm pensamentos ilusórios quanto ao real significado de uma vida corporativa feliz. Imaginam-se ganhando rios de dinheiro, trabalhando pouco, somente se divertindo e não tendo problemas. É preciso colocar os pés no chão!  Tudo na vida vai ter seu lado ruim. Muitas vezes você terá que lidar com fatos difíceis, pragmáticos, e nem sempre fará o que gostaria de estar fazendo.
Vou além: quanto mais no início de sua carreira você estiver, mais terá que fazer coisas de que não gosta. Isso é fato! Mesmo que seja um trabalho que tem talento para fazer. Porque o mundo ainda não comprovou seus resultados e não percebeu o quão bom e sensacional você é! Nesse caso, terá que batalhar para mostrar resultados extraordinários e, na medida em que você comprova suas habilidades, a parcela de coisas que não gosta de fazer tenderá a diminuir.
Muitas vezes, o profissional tem uma noção leiga do mercado e por isso precisa de uma orientação. É necessário saber o que quer realmente. Você sabe o que é mais importante para você neste momento? Não acredite em tudo o que as pessoas falam. O que é bom para os outros, nem sempre é bom para você! A grama do vizinho não é mais verde do que a sua! Avalie os pontos positivos e os negativos, porque ambos existem, sempre.
Por isso, a felicidade está atrelada ao significado que o trabalho tem para você neste momento de vida. Para se alcançar a felicidade no trabalho, as metas da empresa devem ter alguma ligação com a estratégia que você tem para alcançar seu objetivo de vida e de carreira.
Eu acredito que a resposta está dentro de cada um de nós; basta fazer as perguntas certas. Por isso, convido todos a uma breve reflexão:
1. Quais são os seus maiores talentos?Aquilo que você sabe que faz bem.
2. No seu atual trabalho (ou no que está buscando), você está priorizando o que você gosta ou o que você faz muito bem?
3. Qual o seu objetivo neste momento da sua vida? Se não souber o que realmente quer, será difícil se adaptar em qualquer ambiente.
4. O que está fazendo hoje está te deixando mais perto ou mais longe do seu objetivo? Se te deixa mais perto, continue fazendo. Isso te dará forças para enfrentar momentos difíceis. Se te deixa longe, te convido a refletir e a se permitir visualizar como seria trabalhar usando seu talento na direção do objetivo que traçou.
Torço para que você seja muito feliz em seu trabalho!

Por Daniela do Lago
Fonte: http://empregocerto.uol.com.br/info/dicas/2014/02/28/e-a-tal-felicidade-no-trabalho.html
                       http://www.danieladolago.com.br/

terça-feira, 15 de abril de 2014

Criamos uma geração sem foco, diz Daniel Goleman


O americano Daniel Goleman afirma que estímulos constantes criaram uma geração sem foco, com dificuldade de desenvolver o raciocínio lógico e criativo. A boa notícia: é possível aprender a se concentrar.

São Paulo - O americano Daniel Goleman, psicólogo e Ph.D. da Universidade Harvard, tornou-se célebre ao publicar o livro Inteligência Emocional, em 1995, que já vendeu mais de 5 milhões de cópias no mundo — 400 000 só no Brasil. Sua obra mais recente, Foco, lançada quase 20 anos depois, chegará às livrarias em janeiro.
Nela, Goleman defende que — num momento em que a tecnologia e o excesso de informação geram distrações a cada minuto — criou-se uma geração sem foco, com dificuldade­ de desenvolver a capacidade de concentração. Mas, para ele, a atenção é como um músculo que pode ser treinado. E quem consegue chegar lá tem ideias melhores e mais criativas.
É o que fazia Bill Gates quando presidia a Microsoft, nos anos 90. Em períodos que chamava de “think weeks” (numa tradução livre, “semanas para pensar”), ele passava uma quinzena numa casa no campo para pensar sem interrupções.
Jack Welch, o lendário presidente mundial da multinacional americana General Electric, reservava uma hora por dia para simplesmente olhar pela janela. Em entrevista a EXAME, o autor fala mais sobre seu mais recente trabalho.
EXAME - O senhor defende que as pessoas nunca estiveram tão desfocadas. Quais são as consequências?
Daniel Goleman - Estamos sem tempo para refletir. Sem essa pausa não conseguimos digerir o que está acontecendo ao redor. Os circuitos cerebrais usados pela concentração são os mesmos que geram a ansiedade. Quando aumenta o fluxo de distrações, a ansiedade tende a aumentar na mesma proporção.
Precisamos ter um momento, no trabalho e na vida, para parar e pensar. Sem concentração, perdemos o controle de nossos pensamentos. Mas o oposto, quando estamos muito atentos, também é um problema. Nos tornamos vítimas de uma visão restrita e da mente estreita. É preciso dar equilíbrio a isso.
EXAME - Como escapar dessa armadilha?
Daniel Goleman - Dormir bem ajuda na concentração. Mas o melhor exercício é criar um período em que as interrupções sejam proibidas. Isso significa não ter reuniões, receber ligações, ver e-mails ou ter contato com qualquer outra fonte de distração. Isso pode ser feito antes do trabalho ou durante o expediente, em uma sala de reuniões por pelo menos 10 minutos.
Os chefes precisam entender que, para ter bons resultados, suas equipes devem ter tempo para se concentrar. E isso significa dar a oportunidade a elas de ter momentos sem interrupções. 
No Google, por exemplo, os funcionários têm sido incentivados a parar por alguns minutos durante o dia e prestar atenção na própria respiração. Isso faz com que o circuito do cérebro responsável pela concentração seja ativado.
EXAME - Segundo seus estudos, existem três tipos de foco: o interno, o externo e o empático (voltado para o outro). O interno é a habilidade de se concentrar, apesar do que há ao redor. O externo é a capacidade de análise do ambiente. E o empático é a competência de prestar atenção em alguém. Por que é importante classificá-los dessa maneira? 
Daniel Goleman - Para saber quando e como usar cada um na situação certa. O foco interno, por exemplo, é a chave para o profissional se motivar, ter metas, se controlar. Todos os profissionais precisam disso. O foco externo ajuda na leitura dos sistemas de maneira ampla.
É com ele que conhecemos quem são os competidores, como está o mercado, a economia e quais são as mudanças tecnológicas. Sem isso, ninguém consegue ter um bom resultado. A empatia é importante para quem quiser ser um bom líder. Ela é a forma como entendemos e falamos com as pessoas.
Só com ela um profissional saberá como motivar quem está ao redor. Não importa quais são as metas, todo mundo precisa de pessoas para alcançá-las. Ou seja, todas são importantes.
EXAME - Em seu livro, o senhor cita Steve Jobs, fundador da Apple, como alguém com alto poder de foco. Ele praticava meditação, considerada um bom exercício de concentração. Como a prática pode ser útil?
Daniel Goleman - Ao meditar, Jobs entrava no estado de consciência aberta. Experimentos sugerem que estar nesse estado, que é dar atenção a tudo o que está passando na mente, é a fonte dos pensamentos mais criativos.
É ir além de reunir informações e ter uma atenção seletiva, num processo que usamos para resolver um problema particular. É liberar o cérebro para fazer as associações acidentais que levam a novas percepções. Artistas e inventores costumam praticar devaneios produtivos.
EXAME - Como não ceder à tentação de ficar conectado o tempo todo? 
Daniel Goleman - Entendendo que exercitar o foco é importante. Realizar uma tarefa e, só depois, ver as notícias ou responder a um e-mail. A melhor forma de fazer isso é dando recompensas. Você só pode acessar um site que deseja depois de terminar determinada atividade que planejou.
EXAME - No livro, o senhor diz que profissionais que atuam em áreas de que gostam têm mais poder de foco. Por que isso acontece? 
Daniel Goleman - Muita gente procrastina porque os desafios são baixos. O que precisamos fazer é buscar tarefas mais difíceis. Isso aumenta o poder de foco. E costumamos perseguir espontaneamente isso com mais frequência quando gostamos do que fazemos. 
EXAME - Além de Steve Jobs, quais outros profissionais têm alta capacidade de estar focados?
Daniel Goleman - O guru de negócios Jim Collins costuma apontar alguns presidentes capazes de criar empresas que duram. Acho que eles são bons exemplos de pessoas com foco. Conseguem ter um autocontrole exemplar, motivam suas corporações e são hábeis em entender os sistemas das empresas.
Além de serem exímios negociadores. O presidente da multinacional coreana ­Samsung, Oh-Hyun Kwon, tem mostrado ser um executivo bastante focado. Apesar da alta concorrência, conseguiu concentrar a estratégia da empresa em ter um produto altamente competitivo.
Mark Zuckerberg, criador do Facebook, entende muito sobre os usuários de sua rede. O foco externo dele é admirável. Alguns políticos são bons exemplos de pessoas que são focadas nos outros. Eles costumam ter empatia.
Fonte: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1056/noticias/nao-temos-tempo-para-refletir?page=1

Gestão de tempo é investimento em felicidade


Olá pessoal!!! Já faz uns dias que não apareço por aqui... 

Hj encontrei um texto bem legal sobre gestão do tempo e gostaria de compartilhar com vcs...

Vcs conseguem gerir bem o tempo de vcs? Conseguem dedicar-se a leitura de um bom livro despreocupadamente? Me contem......!!!
"Parece incrível para você como algumas pessoas conseguem sair sempre no seu horário no trabalho, levam os filhos na escola, fazem academia, cursam pós-graduação e sempre lêem os livros que querem?
Se sua resposta é sim, saiba que você não está “sozinho”- mais da metade dos executivos se consideram insatisfeitos com seu equilíbrio entre vida pessoal e profissional*. Agora, se sua resposta é não, provavelmente é porque você já faz uma boa gestão do seu tempo.
Por que isto acontece?
O que pode parecer procrastinação ou desmotivação para realizar uma tarefa, muitas vezes pode ser apenas uma má gestão do tempo aliada ao mau hábito de ser multitarefa – querer fazer tudo ao mesmo tempo – e acabar não concluindo nada como gostaria ou deveria.
É como se em determinado momento nossa vida desse um “nó”. Às vezes pode parecer complicado entender quando e como esse “nó” começou. A questão é que à medida que crescemos na carreira e ganhamos novos papéis na vida pessoal (“donos de casa”, marido/esposa, pai/mãe etc), o número de atividades com as quais nos envolvemos costuma aumentar.
Por mais que tenhamos aprendido a ser mais produtivos, a fazer mais coisas em menos tempo, há um limite humano para isso. É natural que em algum momento simplesmente acabemos não tendo mais espaço para fazer todas as tarefas que gostaríamos.
Recomeço
Para desatar esse “nó”, é fundamental darmos um novo significado para cada atividade que fazemos. E, para isso, você precisa ter clareza de quais são os passos que te levarão em direção aos seus objetivos – seja na esfera pessoal ou profissional.
Tomo a liberdade aqui de sugerir um exercício inicial que pode contribuir bastante neste recomeço. Separe tudo o que você faz em três grupos: o que é essencial, o que é interessante e o que não necessariamente precisa ser feito – ao menos neste momento.
Ao discernirmos qual é o “peso” de cada atividade e o que vale a pena priorizarmos em cada momento, evitamos gastar tempo realizando tarefas simplesmente por ansiedade ou falta de foco. Sabe aquela sensação ruim, por exemplo, de fazer muitas coisas e não chegar a lugar nenhum? É isso que a gestão inadequada do tempo e indefinição de prioridades pode causar. É como aquela famosa frase do filme da Alice no País das Maravilhas: “se você não sabe aonde quer ir, qualquer caminho serve”. Ou seja, se você sabe o que quer, é mais provável que direcione seus esforços e alcance com mais assertividade seus objetivos.
Satisfação
Gerenciar adequadamente o tempo é uma forma de preparar-se melhor para o futuro. É um projeto de melhoria do seu desempenho, da sua imagem profissional, da sua qualidade de vida. É um “recurso” que permite ter mais espaço para sentir-se satisfeito e fazer outras coisas que também lhe trazem felicidade, que pode ser dedicar mais tempo à família, à viagem dos seus sonhos ou apenas à leitura de um livro agradável.
Enfim, uma boa gestão do tempo permite que você viva em função daquilo que realmente é importante e te proporciona equilíbrio e satisfação. E que possamos, todos, fazer esse exercício de felicidade diariamente!
Data:  13.04.2014 - 14h00

por: Sofia Esteves

*pesquisa DMRH/ Nextview People realizada em 2013
Fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/carreira-em-geracoes/2014/04/13/gestao-de-tempo-e-investimento-em-felicidade/
Nesse tema ainda eu sugiro alguns livros:
.: A Tríade do Tempo - Christian Barbosa
.: Equilíbrio e Resultado - Christian Barbosa
.: Foco - Daniel Goleman















Deixo também como curiosidades algumas dicas que encontrei nos livros: